Brendan Benson: crítica de What Kind of World (2012)


Quinto álbum solo de Brendan Benson, What Kind of World é uma grata surpresa. O cantor e guitarrista norte-americano, que a maioria conhece por ter sido parceiro de Jack White no Raconteurs, é responsável por um disco sólido e coeso, que entra forte na briga pelo posto de melhor do ano.

Produzido pelo próprio Benson, What Kind of World traz doze faixas que variam entre o rock e o pop, com toques de country em alguns momentos e ecos dos trabalhos solos dos Beatles em outros. Grande compositor, Brendan explora uma ampla gama de sonoridades, dando o seu toque pessoal em cada uma delas. Com melodias bem construídas, arranjos econômicos e refrões certeiros e prontos para conquistar, Benson construiu um disco excelente, que cresce a cada audição.

A referência mais adequada para a sonoridade de What Kind of World é o Big Star, pilar do power pop setentista. Benson é uma espécie de Alex Chilton contemporâneo, com a mesma capacidade de esculpir pequenas jóias pops. E é justamente o brilho reluzente dessas jóias que faz de What Kind of World um álbum especial. Há também uma certa influência de Todd Rundgren e até mesmo do Cheap Trick em certos momentos, tornando as músicas agradáveis já de saída.

Destaque para a faixa-título, a baladaça “Bad For Me”, o balanço de “Keep Me”, a sombria “Pretty Baby”, “Thru the Ceiling” e o country meio Gram Parsons “On the Fence”, que fecha o disco em grande estilo.


Mesmo sem o brilhantismo de Blunderbuss, estreia solo do chapa Jack White, Brendan Benson fez um trabalho excelente. Com um ar meio nostálgico e grandes composições, What Kind of World é daqueles tipos de discos que, quanto mais ouvimos, mais gostamos. 

Basta apertar o play para descobrir um trabalho que irá estar ao seu lado por um longo tempo. Experimente!

Nota: 8,5

Faixas:
  1. What Kind of World
  2. Bad For Me
  3. Light of Day
  4. Happy Most of the Time
  5. Keep Me
  6. Pretty Baby
  7. Here in the Deadlights
  8. Met Your Match
  9. Thru the Ceiling
  10. No One Else But You
  11. Come On
  12. On the Fence

Comentários

  1. O Brendan Benson é sensacional. "Lapalco" é um dos melhores discos da década passada!

    Em "What Kind of World" existem duas composições que chegaram a ser gravadas pelo Raconteurs durante as sessões de "Consolers of the Lonely". Entretanto, elas não entraram no álbum e saíram em compacto, como raridades em edição limitada. Apenas sócios do Vault da Third Man Records receberam a bolachinha. Benson renomeou as faixas, alterou o arranjo e regravou nesse seu quinto solo.

    Outra curiosidade: assim como Jack White, Benson é produtor e já trabalhou com uma série de bandas e artistas. Agora, ele também oficializou um selo nos mesmo moldes da Third Man Records de White. É a Readymade Records, cujo primeiro lançamento oficial foi "What Kind of World", mas já conta com outros títulos bem legais em catálogo. Porém, nos primórdios de sua carreira, ele fez alguns lançamentos independentes utilizando o nome "Readymade".

    ResponderExcluir
  2. Quando escrevi o texto sabia que teria um comentário seu, Garras.

    ResponderExcluir
  3. ;)

    E concordo contigo: ele é o Alex Chilton da nova geração.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Você pode, e deve, manifestar a sua opinião nos comentários. O debate com os leitores, a troca de ideias entre quem escreve e lê, é que torna o nosso trabalho gratificante e recompensador. Porém, assim como respeitamos opiniões diferentes, é vital que você respeite os pensamentos diferentes dos seus.