Blaze Bayley: crítica de 'The King of Metal' (2012)


Nota: 6

Blaze Bayley tem uma carreira solo respeitável, repleta de ótimos discos. Álbuns como Silicon Messiah (2000), Tenth Dimension (2002), Blood & Belief (2004) e The Man Who Would Not Die (2008) são excelentes trabalhos, que trazem um heavy metal ao mesmo tempo tradicional, moderno e atual. Entretanto, The King of Metal, sexto disco de estúdio do vocalista, destoa dos anteriores, e negativamente.

Bayley Alexander Cooke passou por diversos problemas em sua vida pessoal nos últimos anos. A morte repentina de sua esposa Deborah, em 27 de setembro de 2008, marcou profundamente o vocalista, e não tinha com ser diferente. As letras de The King of Metal refletem o complicado momento atravessado por Blaze em sua vida pessoal, com uma transparência poucas vezes vista em um disco de heavy metal. Porém, um álbum não se faz apenas com boas letras.

Ao lado de Blaze estão os guitarristas Thomas Zwijsen e Andrea Neri, o baixista Matteo Grazzini e o baterista Claudio Tirincanti. Produzido pelo próprio Bayley, o disco é decepcionante. As faixas soam repetitivas e pouco inspiradas. A péssima produção torna essas características ainda mais evidentes, puxando tudo para baixo. A performance vocal de Blaze não é das melhores, o que compromete bastante o resultado final. Ouça “Beginning”, a última música do álbum, e comprove.

Há poucos momentos dignos de nota em The King of Metal. O quarteto inicial, com a faixa-título, “Dimebag” (em homenagem ao falecido guitarrista do Pantera e com um bonito solo), “The Black Country” e “The Rainbow Fades to Black” (outra homenagem, agora a Ronnie James Dio), contém os pontos mais altos do disco e, mesmo assim, são composições, no geral, apenas medianas.

É elogiável o fato de Blaze Bayley, apesar de todos os problemas que passou – e ainda está atravessando – em sua vida conseguir lançar um novo álbum. Porém, é triste perceber que The King of Metal está muito abaixo não só de todos os seus excelentes discos solo, mas também de tudo o que ele gravou com o Wolfsbane e o Iron Maiden – aliás, vale a pena dar uma conferida em Wolfsbane Save the World, grande álbum lançado pelo Wolfsbane recentemente, e que é muito superior a The King of Metal.

Espero que Blaze consiga superar todos os obstáculos que a vida colocou em seu caminho, e volte a gravar álbuns com a qualidade que sempre gravou. The King of Metal, infelizmente, é um disco indicado, com muita boa vontade, apenas para os fãs.


Faixas:
  1. The King of Metal
  2. Dimebag
  3. The Black Country
  4. The Rainbow Fades to Black
  5. Fate
  6. One More Step
  7. Fighter
  8. Judge Me
  9. Difficult
  10. Beginning

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