Accept: crítica de 'Stalingrad' (2012)


Nota: 9

O Accept mantém em Stalingrad o mesmo alto nível apresentado no disco anterior, Blood of the Nations (2010), que marcou a estreia do vocalista Mark Tornillo no grupo. O décimo-terceiro trabalho da banda comprova a excelente fase pela qual o quinteto alemão vem passando.

Produzido por Andy Sneap (o mesmo de Blood of the Nations e também de álbuns de bandas como Arch Enemy, Exodus, Machine Head e inúmeras outras), Stalingrad traz dez faixas que falam sobre a Batalha de Stalingrado, um dos combates mais famosos da Segunda Guerra Mundial, considerada o confronto mais sangrento da história, com aproximadamente 2 milhões de vítimas entre soldados e civis. A vitória soviética marcou o fim do avanço alemão na URSS, e é apontada como um ponto de virada decisivo na guerra.

Na parte musical, a banda acrescentou um bem-vindo clima épico nas melodias, reforçando assim o conceito das letras e tornando as canções ainda mais consistentes. Há longos trechos instrumentais repletos de guitarras gêmeas na maioria das faixas. Tornillo brilha com uma performance não menos que espetacular, indo do já tradicional timbre agudo a algumas passagens onde explora um vocal mais grave. Estiliscamente, o que ouvimos em Stalingrad é heavy metal tradicional do mais alto gabarito.

Os riifs da dupla de guitarristas Wolf Hoffmann e Herman Frank conduzem todo o disco. É sobre o trabalho primoroso das seis cordas que o álbum evolui. Em nenhum momento o que se ouve soa datado, muito pelo contrário. O Accept soube atualizar o seu som sem se afastar de suas raízes, e o resultado é aquilo que todo fã de heavy metal sempre sonha ouvir: um disco empolgante, que arrepia em certos trechos (ouça as guitarras gêmeas de “Hung, Drawn and Quartered” e as melodias de “Stalingrad” e comprove) e agrada qualquer fã de música pesada.

De uma maneira geral, todas as faixas soam bem homogêneas e niveladas por cima, mas é preciso fazer uma menção especial para “Shadow Soldiers” e “Twist of Fate”, duas quase baladas que quebram a pancadaria geral das demais composições e preparam para o que vêm a seguir.

O Accept conseguiu algo dificílimo, que é dar a volta por cima depois de perder o seu vocalista original. Poucas bandas na história foram capazes disso, e o Accept é uma delas. Dizer que o grupo está vivendo o melhor momento de sua longa carreira pode soar meio exagerado, mas é inegável que, hoje, o quinteto alemão atravessa a sua melhor fase, superada apenas pela trinca de discos que gravou entre 1982 e 1985 – Restless and Wild, Balls to the Wall e Metal Heart. Quer elogio maior que esse?


Faixas:
  1. Hung, Drawn and Quartered
  2. Stalingrad
  3. Hellfire
  4. Flash to Bang Time
  5. Shadow Soldiers
  6. Revolution
  7. Against the World
  8. Twist of Fate
  9. The Quick and the Dead
  10. The Galley

Comentários

  1. Review of Spanish fan
    http://rockeandobcn.blogspot.com.es/2012/04/accept-stalingrad.html

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Você pode, e deve, manifestar a sua opinião nos comentários. O debate com os leitores, a troca de ideias entre quem escreve e lê, é que torna o nosso trabalho gratificante e recompensador. Porém, assim como respeitamos opiniões diferentes, é vital que você respeite os pensamentos diferentes dos seus.